HUIS CLOS - NO EXIT
2016
Enquanto criador, gosto de partir de textos que me façam sentido, que sejam comunicantes com o pensamento actual. Huis Clos, de Jean-Paul Sartre é um dos textos mais desafiantes com que me tenho deparado. O seu ponto de vista filosófico contrasta com os mecanismos teatrais que utiliza, deixando nas mãos dos actores a responsabilidade de nos conduzir dramaticamente, sem mais efeitos, numa total, mas meticulosa, liberdade em cena. O autor assenta o seu pensamento num binómio existencialista, entre o “eu” e o “outro”, sendo que cada um de nós ocupa ambos os lugares, dependendo do ponto de vista. A actualidade deste texto está na capacidade do autor tocar na essência do humano - a consciência. Somos o que pensamos ser ou o que os outros pensam de nós? Estará a nossa consciência presa ao confronto com a existência dos outros? Vejo-te, logo existes? Vejo-te, logo existo?
Rui Neto